A uma distância de apenas 9 meses do dia da eleição Presidencial e de meros 5 meses para a famosa campanha eleitoral, nas ruas, na TV, no rádio e o mais importante: nos Estados.
É exatamente deste grande desafio dos Presidenciáveis em especial que a mídia tem retirado as últimas notícias quando da cobertura do período pré-eleitoral em que nos encontramos.
Os partidos, cada um com seu cronograma, entraram 2010 com a data de suas convenções partidárias, onde escolherão seus candidatos a cargos eletivos, como data limite para negociação e desamarração de nós e fechamento de evetuais apoios estaduais, o que chamamos de "palanque".
Com vistas nisso, é importante fazermos uma radiografia a grosso modo, das possíveis alianças nos estados brasileiros.
Começando pelo Sul do país, José Serra, candidato do PSDB começa com dificuldades no Rio Grande do Sul, onde seu palanque é a Governadora Yeda Crusius que além de mal nas pesquisas, terá de responder por todos os escândalos de sua gestão, constrangendo o hoje líder nas pesquisas pra Presidente em seu estado, José Serra.
No mesmo Rio Grande do Sul, a candidata do PT e do Presidente Lula, Dilma Rousseff enfrenta uma situação mais confortável, porém que exigirá dela muito "suor,sapato e saliva", Dilma terá como palanque o atual Ministro da Justiça, Tarso Genro do PT, como candidato ao Governo do estado, podendo lhe oferecer palanque sólido e com grandes possibilidades de faze-la crescer em intenção de votos, no estado onde Dilma construiu vida politica, isso porque Tarso é líder nas pesquisas, empatado com o também candidato do PMDB, José Fogaça, que se aliançado com o PT também estará com Dilma, dando-lhe grande oportunidade de reverter as atuais pesquisas que dão vantagem á Serra no Rio Grande do Sul.
Em Santa Catarina, as notícias também não são boas para José Serra, no estado o candidato do PSDB ao Governo do estado, Leonel Pavan, que oferecerá seu palanque a Serra, está atolado em denúncias que o ligam diretamente a um cartel do tráfico internacional de drogas, não diferente, Serra lidera no estado mas pode se constranger por conta de seu companheiro de palanque.
Lá, Dilma Rousseff terá como palanque a candidata do PT, Senadora Ideli Salvatti que aparece em terceiro lugar nas pesquisas e que se mostrou fiel defensora do Goveno durante a turbulência de 2005 no Governo Lula, e também o palanque da Deputada Federal, Angela Amin do Partido Progressista, que assim como seu partido estarão com Dilma, hoje Angela lidera as pesquisas pro Governo e pode junto com Ideli, conceder a Dilma possibilidade de também crescer e vencer Serra no estado.
No Paraná as coisas são mais imprevisíveis, uma vez que o PSDB ainda não se decidiu quanto ao palanque tucano á José Serra, os tucanos paranaenses estão entre o Senador Alvaro Dias ou o Prefeito Curitibano, Beto Richa, desta forma, a disputa pelo Governo Paranaense parece prometer, pois com o Governador Requião candidato ao Senado apoiando Dilma e Osmar Dias, hoje favorito nas pesquisas, dando palanque á Dilma, pode conceder a ela vitória sobre José Serra, porém, Beto Richa é forte e pode beneficiar José Serra de acordo com o tom de sua campanha.
Em suma, no Sul, Serra pode se dar mal, Dilma pode sair com a melhor e Marina Silva ainda não se articulou.
No Sudeste as coisas são mais heterogêneas, São Paulo, ninho tucano de outros carnavais e desde sempre, muito provavelmente dará a José Serra maior quantia de votos do que á Dilma, oferecendo ainda á Marina Silva uma parcela menos substancial de votos.
José Serra pode ficar ainda mais forte em São Paulo, caso tenha em seu palanque como candidato ao Governo, o já famoso ex-governador, Geraldo Alckmin ou do contrário terá de batalhar mais e correr inclusive o risco de perder o Governo Paulista, se escolher o Sec. da Casa Civil, Aloysio Nunes como candidato ao Governo, inexpressivo eleitoralmente porém com apoio do PMDB de Quércia e DEM de Kassab, coisa que Alckmin não tem mas contrapõe com seus mais de 50% nas pesquisas.
Dilma Rousseff ainda não tem definição de quem lhe dará palanque e não pode esperar eleger Governador em São Paulo, o mais aconselhável pra ela é rodar o estado com o Senador Mercadante, candidato a reeleição e líder nas pesquisas pro Senado, na tentativa de aproximar-se de José Serra na quantidade de votos, já que o PT ou o PSB podem ter candidatos estreantes na disputa pelo Governo paulista e terão de buscar uma possível vitória de acordo com o adversário tucano.
Neste estado, Marina Silva terá o ex-deputado, Fábio Feldman como candidato ao Governo, socialite e ex-tucano, será um palanque irrisório.
Em Minas Gerais o assunto é complexo, lá Serra terá o palanque de Anastasia, vice Governador atualmente, mas que patina nas pesquisas com índices de 10% porém que pode crescer com o apoio do Governador e candidato ao Senado, Aécio Neves, Aécio que por sinal pode fazer seu sucessor e alimentar em Minas a derrota de José Serra, pedindo votos para o tucano só onde lhe for conveniente, abrindo caminho para que Dilma vença José Serra em Minas e compense a margem de derrota em São Paulo, podendo estar ela nos palanques de Hélio Costa do PMDB ou de um dos dois petistas no páreo interno do PT, Patrus Ananias e Fernando Pimentel.
Lá, Marina pode ter algum candidato de perfil parecido com o de seu candidato em São Paulo para lhe dar palanque, mais uma vez, a votação será irrisória.
No Rio de Janeiro do Governador Sérgio Cabral do PMDB, Dilma terá dois palanques garantidos, sendo o de Cabral e o de Garotonho,além da vantagem de já liderar as pesquisas no Rio e estar sempre presente nas ações conjuntas do Governo Cabral com o Governo Lula.
Já Gabeira, o candidato do Partido Verde fará uma campanha ambigua, em que Marina e Serra dividirão seu palanque, esta possibilidade porém já gerou efeitos colaterais na aliança do PV com o PSOL em torno de Marina Silva, uma vez que a aliança Verde-Tucana no Rio afasta a possibilidade de apoio do PSOL ao PV de Marina e dá a campanha da Senadora Acreana o tom de "candidatura auxiliar ao projeto de José Serra", confundindo o eleitor.
No entanto, além do Acre, Marina deve obter uma considerável quantia de votos no Rio, mas nada capaz de abalar o favoritismo absoluto da Ministra Dilma no estado, bem como José Serra, que não deve vencer Dilma em território carioca.
Por curiosidade, se Dilma perder no Sul, mas ganhar no Rio, a balança de votos ficará equilibrada uma vez que uma vitória no Rio cobre uma eventual derrota no Sul do país.
No Espírito Santo a tucana recém chegada mas próxima de Serra desde quando foi sua candidata a vice na chapa do tucano á Presidência em 2002, Rita Camata poderá ser o palanque de Serra no estado, mas por outro lado a aliança do PMDB do Governador Paulo Hartung com o PT de Dilma e João Coser, podem oferecer a candidata de Lula e do PT ampla vantagem sobre José Serra, já que Hartung faz um bom Governo e apoiará seu atual vice, Ricardo Ferraço pro Governo, dando palanque á Dilma, isso se a petista não arrematar mais dois palanques no estado fora o do PMDB: Renato Casagrande, candidato do PSB e um possível outro nome do PTB que fará parte da colição de Dilma.
Por fim, o Sudeste pode também não dizer sim a José Serra, somente São Paulo seguirá firme com o tucano, ao menos no 1º Turno.
No Centro-Oeste a disputa deve ser equilibrada entre Dilma e Serra, já que na terra do Agronegócio, Marina não terá vez.
No Nordeste Dilma vencerá com folga mas em especial citarei a Bahia,porta de entrada do Nordeste e que poderá dar vitória esmagadora á Dilma, uma vez que o palanque de José Serra será o ex-governador e herdeiro dos tempos de ACM e do denominado "carlismo", Paulo Souto e os de Dilma, que são dois, Wagner do PT candidato á reeleição e Geddel do PMDB, que tem grande afinidade e quer o apoio de Dilma e Lula.
Marina dificilmente terá espaço entre Dilma e Serra na Bahia por questões óbvias.
No norte a situação não é diferente e Dilma deve vencer com folga também, já que assim como no Nordeste, Lula é extremamente aprovado no Norte e poderá com tranquilidade pedir o voto e o apoio do povo á Dilma.
Enfim, Serra que se cuide, porque Dilma vem aí...