Ontem, domingo, dia 17 de Janeiro de 2010, deu-se o resultado do segundo turno das eleições Presidenciais do Chile, infelizmente, nada animador pra democracia e pro sistema eleitoral chileno e menos animador ainda pra América Latina, que sofrerá os impactos do novo Governo do Chile.
Enfrentaram-se nas urnas os candidatos Sebastian Piñera da Coligação Alianza de centro-direita, representante do grupo político que apoiava a Ditadura de Augusto Pinochet, e o candidato Eduardo Frei, ex- Presidente e apoiado pela Presidente Michele Bachelet, pertencentes á Concertácion, que governou o Chile por duas décadas após a queda do Regime Pinochetista.
Piñera venceu Frei com uma diferença de aproximadamente 3 pontos percentuais e reinaugurou a direita chilena, representando e tendo consigo os mais intrínsecos personagens da história obscura do Chile, uma vez que ele próprio e seu irmão, fizeram parte de todo o Governo Pinochet e influenciaram todos os processos sucessórios do Chile, desde a queda do Ditador em 1990.
Depois de inúmeras tentativas, Piñera conseguiu se eleger Presidente, satisfazendo a sua quase gana, sua letal obsessão pela Presidência e emitindo do Chile um aviso tendencial que preocupa a América Latina e já aponta com um estremecimento do Mercosul, como um dos principais efeitos colaterais de seu Governo, além de um alinhamento insano e irrestrito aos Estados Unidos, podendo debilitar a democracia dos páises do Sul e comprometer o desenvolvimento de potências emergentes como o próprio Brasil por influência dos Norte Americanos.
Esta tese, não está amparada em nenhuma sensação de perseguição, rebeldia ou conspiração por parte dos Norte-Americanos, muito pelo contrário, ela se fundamenta na história já vivida pelos países Latinos, em que na maioria das vezes, este foram boicotados pelos interesses vis do capitalismo Norte-Americano, através de países que lhes ofereciam alinhamento e fidelidade total, a ponto de servirem como instrumento de destruição daqueles que se levantavam e passavam a oferecer riscos econômicos e de outros aspectos, ao dominio dos E.U.A. em relação aos países mais pobres.
Exemplos históricos não faltam, para lamentar que o Chile tenha escolhido um Presidente que abrirá as portas da América do Sul para os interesses dos E.U.A, fazendo inclusive o manejo econômico entreguista que tanto interessa e seduz os interesses da hegemônica potência.
Um exemplo deles foi a grande Guerra do Paraguai, provando que o Chile assinou sem ler uma possibilidade de "sabotagem" intercontinental contra si e contra companheiros importantes como o Brasil.
Na Guerra do Paraguai, o Brasil que tinha um governo alinhado com as políticas liberais dos E.U.A. juntamente com outros países latinos também aliados, financiaram uma ofensiva militar sobre o país, de modo a destruir sua tendência industrial, não permitindo que o Paraguai se consolidasse como potência exportadora na América do Sul, beneficiando os interesses da potência.
A tendência maldita que Piñera desenha ao vencer no Chile é esta, a tendência da servidão a interesses obscuros, como a Colômbia do Presidente Uribe, alinhadíssimo aos E.U.A, tem feito.
O temor que Piñera traz, se estende também as próximas eleições nos países sulamericanos, pois uma vez que sigam este mesmo rumo e revertam o cenário hoje majoritáriamente de esquerda da América Latina, a exemplo de Lula no Brasil, Cristina na Argentina, Tabaré/Mujica no Uruguai, Hugo Chavez na Venezuela, Evo Morales na Bolívia e Rafael Correa no Equador a uma tendência de Presidentes direitistas e alinhados aos Norte-Americanos, promovendo assim, o desmonte da economia mais justa que tem sido promovida nos países do nosso continente pela esquerda de Lula e Chavez, além do entreguismo das propriedades públicas de seus respectivos países a interesses escusos da potência, sem levar em consideração que as pessoas nada tem a ver com o favorecimento geopolítico de qualquer que seja o país ou grupo de pessoas.
Minha tese pessoal no entanto, é de que o país que pode frear esta tendência obscura é o Brasil, elegendo Dilma como Presidente, de modo a garantir que a não vitória de José Serra, alinhado com os E.U.A., defensor da economia neoliberal e das privatizações, nos previna de perder as riquezas do Brasil para interesses especulativos dos estrangeiros e possa estancar uma possível direitização da América Latina para garantir que a estabilidade dos países aqui citados, se dê também com soberania e justiça social a rigor do que tem sido feito por Lula no Brasil.
Caso contrário, é difícil admitir, que numa possível direitização da América do Sul, nossa última esperança seria apenas e exclusivamente, o ousado presidente da Venezuela, Hugo Chavez, que não teve e não tem medo de enfrentar os E.U.A. e o próprio Barack Obama.
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