sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Um sábio 1º de Janeiro.

Pensei eu que nada escreveria neste dia de pós-festa, depois de um Reveillon irrigado de paz e tranquilidade, ledo engano, as chuvas, desabamentos, deslizamentos, soterramentos e desaparecimento de vítimas e Governadores num ano de eleição me trouxeram ao Blog, após uma conversa com Gabi, uma grande amiga, que me fez perceber que a esperança cegou o brasileiro.
Conversando com ela, comentei minha tristeza em ver este primeiro dia do ano começar assim, com um pesar nacional, instalado na dor de cada família, ao ver o que a chuva causou em diversos estados.
Ponderei que apesar de lamentar as mortes, considero a lição, sou ambientalista, e o recado da chuva é ambiental, as encostas são sempre potenciais riscos pra habitação, haveremos de entender o recado.
Exaltei que é positivo o que se passa agora, por ser ano eleitoral e portanto incluir cada capítulo dessa história, na lista de assuntos a se discutir numa campanha, Gabi se apegou nos bordões: "tudo vai melhorar esse ano", mas sempre coloco, o brasileiro não poderá esperar melhoras se continuar com a preguiça de discutir o Brasil, ela então ponderou "brasileiro é preguiçoso, de fato".
Mas a preguiça é resultado da condição de comodismo, entretanto, num país onde a água carrega nossas casas, onde a terra nos engole e onde o chão desaparece dos nossos pés, o comodismo acaba e aí teremos de escrever o Brasil em folhas limpas, sem medo de tocar nas mazelas e propor reformas setoriais, de maneira a não voltarmos a uma condição de comodismo social que se assemelha ao romantismo social que deteriorou o tecido urbano e habitacional do país, mas que nos voltemos portanto, para uma constituição estrutural responsável, ambientalmente segura.
Gabi então me propôs: "tudo vai melhorar André, é só ter esperança e votar direito também" e eu fui categórico: "não antes de discutir o país Gabi, a esperança também é via segura pra utopia do século passado, que nos conduziu á cegueira social para a qual acordamos hoje" e então fez-se a questão:
O que fazer, menino?
Discutir o Brasil,com a profundidade que a discussão merece. E então fez-se outra:
Discutir quando? Como?
Obrigar que o debate eleitoral não seja superficial, como? Usando as ferramentas de mobilização social, nós somos jovens, devemos oxigenar a política, discutir o Brasil como se pode faze-lo, este ano será o ano da internet e só vencerá o candidato que mostrar através dela, que os jovens puderam discutir e propor reformas ao país, devemos ainda, ignorar a apatia política e vestir a armadura do futuro, pra garantir que o Brasil de amanhã será mais justo do que o Brasil de ontem, mas também que este será mais ambientalmente seguro do que o de hoje.
E então Gabi, culta como sempre foi, ela aliás com quem sempre aprendi muito, reiterou a importância do jovem neste cenário.
E a internet é nossa, de fato ela é.
Citei a ela o maior exemplo de que somos escritores do futuro, através das letras dos nossos teclados, ontem Boris Casoy no Jornal da Bandeirantes, humilhou garis em rede nacional ao pensar que estava fora do ar, o país assistiu a este descalabro desrespeitoso num rompante lamentável do jornalista e como prova de que a internet é instrumento provocador de debates, mobilizadores da sociedade, hoje pelo Twitter houve um protesto que resultou num pedido de desculpas em rede nacional, feito pelo próprio jornalista, provando novamente, que podemos guiar os caminhos e dizer o que queremos pro nosso país, sem medo de dizer quem quer amar o Brasil amanhã.

Em Parceria com Gabi Pasquale (Confessions About Me)

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