segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Os Vices e a dança das cadeiras em 2010.

O ano de 2009 se fecha com um quadro eleitoral definido no plano nacional, naquilo que diz respeito aos candidatos que virão na cabeça das chapas, mas a dança agora é dos vices que terão de assumir Governos e mandatos dos candidatos e também daqueles que pretendem ser vice em chapa alheia.
Nacionalmente o único candidato a Presidente que tem vice definido em quase 90% é Marina Silva, que será acompanhada pelo dono da Natura, Guilherme Leal, numa chapa ambiental pela Presidência da República.
José Serra ainda sonha com a chapa puro-sangue entre ele e Aécio, mas o mineiro já avisou que está descartada esta possibilidade, Serra portanto receberá um vice do democratas, que tem 5 nomes passíveis de serem vice de Serra, dentre eles a Senadora ruralista, Katia Abreu do Tocantins ou o Deputado baiano, José Carlos Aleluia.
Dilma Rousseff depende do PMDB, que como acordado, indicará seu vice, podendo ser este o Presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer ou então numa reviravolta o próprio, por enquanto candidato a Presidente, Ciro Gomes, se caso Lula convence-lo de que Dilma sozinha põe um ponto final em Serra.
Mas o foco não é nem este, o plano nacional está praticamente fechado, os vices que participarão da dança das cadeiras são outros, são os Vice-Governadores, que em no máximo três meses passarão a ser Governadores ou então, candidatos ao cargo.
Em São Paulo, onde o Presidenciável José Serra, já se aquece para o pleito, o Vice-Governador Alberto Goldman que também sonha em concorrer ao cargo, passará a ser Governador e pra isso já começou a ser despachado por Serra, a ir em inaugurações, falar em nome do Governo, entregar obras, vistoriar trabalhos e visitar cidades do estado numa verdadeira maratona de treinamento antes deste assumir a cadeira em no máximo Março de 2010.
Já em Minas Gerais, o candidato ao Governo do Estado com o apoio do Governador Aécio Neves é justamente seu vice, Antonio Augusto Anastasia, que assim como Goldman em São Paulo percorre o estado em maratona, mas a diferença é que Anastasia vai acompanhado de Aécio pra que ganhe visibilidade e viabilidade eleitoral entre o povo mineiro.
No Paraná a situação não é diferente, o Governador Roberto Requião, se não for candidato a Presidência da Republica pelo PMDB, será candidato ao Senado e já escalou seu vice, Orlando Pessuti, para sucede-lo no Governo, muito embora enfrente o quase favoritismo de Osmar Dias do PDT que disputará acirradamente o Governo com o Prefeito Curitibano, Beto Richa do PSDB.
Em outro caso tragicômico, no Rio Grande do Sul, a Governadora Yeda Crusius do PSDB que enfrentou de manifestação de professores á porta de sua casa á pedido de impeachment por conta do escândalo do Detran, tem agora um problema colossal em suas mãos: como sair candidata a reeleição com outro vice e deixar a máquina do Governo na mão de Paulo Feijó do Democratas, seu atual vice, que lhe fez um inferno de Governo durante 4 anos e poderá tirar já sua pouca possibilidade de ser reeleita, pesando a mão poderosa da máquina pública contra sua candidatura já debilitada.
No Rio Grande do Norte o caso se assemelha ao Paraná, a Governadora Wilma de Faria do PSB declarou sua candidatura ao Senado e escalou seu vice Iberê Ferreira, do mesmo partido, para substituí-la no Governo, sendo ele o candidato governista que tem buscado apoios múltiplos na bancada daqueles que se encontram do lado oposto ao grupo do Senador José Agripino Maia do Democratas que disputará a vaga ao Senado com Wilma apoiando a também Senadora Rosalba Ciarlini ao Governo, que tem hoje no estado como uma das principais defensoras de seu nome, a Prefeita de Natal, Micarla de Souza do Partido Verde.
Já no Distrito Federal a comédia se repete, lá nenhum candidato ao Governo é mais popular do que os Panetones de Arruda, o jogo dos vices acontece inversamente, o Governador José Roberto Arruda permanecerá no cargo até o fim do Governo, já que está sem partido e não pode ser candidato, enquanto o Democratas bancará a candidatura do vice de Arruda, Paulo Octávio, ao Governo, numa manobra arriscada de manter o até então único Governo Democrata dentre os 27 estados brasileiros.
Assim, percebemos que os cargos de Vice, que são em sua maioria um cargo de "expectativa", podem se tornar um verdadeiro armário de possibilidades de protagonismo pra aqueles que se destacarem durante o período de Governo, dos que são titulares, ou como no caso do Distrito Federal, onde a expectativa foi tanta, que Arruda se "engasgou" com seus panetones e deu a candidatura de presente a Paulo Octávio.

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