Temos acompanhado na mídia falada, escrita, televisionada e a mais recente mídia, a "twittada", o desenrolar da Conferência Climática de Copenhagen na Dinamarca, promovida pela Organização das Nações Unidas, com o objetivo de se rediscutir o Protocolo de Kyoto, rever as metas de emissão de gases poluentes de cada país e reestabelecer um novo acordo bilateral entre as nações, sem desconsiderar Kyoto.
Para o Brasil que fixou meta voluntária de redução de gases poluentes, na monta de 36,1 á 38,9% , Copenhagen guardou lugar de destaque, onde nossa delegação pôde interagir com as demais delegações internacionais com muita altivez e influência.
Combater a tentativa obscura das potências de boicotarem um acordo, bem como sustentar a Conferência, que debaixo das pressões dos diversos setores, teve inclusive seu comando trocado na reta final,se fez um desafio para todos os emergentes e em desenvolvimento presentes na COP 15,dentre estes o Brasil. Nossa delegação que foi enviada á Dinamarca para discutir o acordo, foi composta oficialmente pela Ministra Dilma Rousseff e pelos Ministros Carlos Minc e Celso Amorim, da Casa Civil, do Meio Ambiente e das Relações Exteriores respectivamente.
Pra além da delegação oficial, compareceram também, diversos Governadores, como o Governador Paulista, José Serra e o Governador Acreano, Binho Marques bem como Senadores de diversos estados, dentre eles Marina Silva do Acre, militante da causa ambiental e Katia Abreu do Tocantins, componente da bancada ruralista do Senado e defensora dos direitos dos agricultores e pecuaristas do Brasil.
Cada um dos presentes, foram defender diferentes pontos de vista e participar dos debates que levariam a um novo acordo, com novos paradigmas e metas a serem cumpridas, mas somente isso?
Pra alguns sim, para outros nem tanto.
Acima, alinhavei o nome de três já candidatos a Presidência da República Brasileira em 2010, sendo estes Dilma Rouseff, José Serra e Marina Silva, que voluntária ou involuntariamente fizeram de Copenhagen um ensaio de palanque eleitoral para a eleição próxima.
Dilma Rousseff fora escolhida pelo Presidente Lula, seu padrinho e fiador político em 2010, como titular da delegação brasileira, que juntamente com Carlos Minc conduziriam e apresentariam a posição brasileira frente a COP 15, frente aos demais países e frente a cobrança ambiental em discussão, Dilma então começou a fazer em nome da função lhe dada pelo Presidente um ensaio de como seria um debate, um discurso e uma campanha eleitoral, cometeu certas gafes, virou algumas noites discutindo com ministros estrangeiros um acordo e concedeu inúmeras entrevistas coletivas.
José Serra, Governador do mais rico estado brasileiro, compareceu a COP 15 com a promessa de contribuir pro debate e mostrar iniciativas ambientais colocadas em São Paulo como alternativas para outros estados mundiais, com vistas nisto encontrou-se com o Governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger e fez coro com Marina Silva, quando a Senadora entoou que o Brasil deveria empenhar 1 Bilhão de dólares para o Fundo Internacional Contra as Mudanças Climáticas, ao qual Dilma se opôs como titular da delegação brasileira.
Marina Silva, como Senadora que tem em suas bandeiras políticas o Meio Ambiente, também embarcou para Copenhagen e lá se utilizou dos conhecimentos que adquiriu nos 7 anos como Ministra do Meio Ambiente no Governo Lula pra debater e colocar o que pensava, dentre suas ideias está a contribuição de 1 Bilhão para o Fundo Internacional Contra as Mudanças Climáticas e metas de redução de emissão de gases poluentes ainda mais ousadas.
Como se pode perceber, os três candidatos colocaram diferentes posicionamentos e mostraram ter visões diferentes frente a questão climática.
Dilma Rousseff coloca como indicador dos limites das metas de redução e do investimento no tal Fundo Internacional Contra as Mudanças Climáticas, a Economia, seu crescimento e a geração de empregos frente a possibilidade de obrigar a produção a pisar no freio pra reduzir emissões e tudo mais.
Esboça ainda preocupação quanto ao investimento no Fundo Internacional Contra as Mudanças Climáticas por conta de que outros países estão ofertando valores na cifra de 500 Bilhões de dólares, levando em consideração que embora 1 Bilhão de dólares por parte do Brasil,seja um nada frente aos países desenvolvidos, para a população brasileira este valor, fará muita falta.
José Serra, levantou voo pra COP 15, deixando pra trás a capital paulista ainda fragilizada com a mais cruel enchente dos últimos 5 anos e problemas nas obras do Metrô, onde desabou uma viga, que matou um operário, lá na Dinamarca, Serra propagandeou feitos ambientais e citou por exemplo a legislação de redução de emissão de gases e o projeto várzeas do Tietê, que prevê um parque linear de 75 km sendo então o maior do mundo em extensão, quando lhe foi conveniente fez coro com Marina Silva e se encontrou com Governadores e representantes de ONG's com toda a desenvoltura.
Marina Silva no entanto esboçou um radicalismo pra lá de ameaçador e colocou o anseio da proteção ambiental como um limitador do crescimento, da produção e da geração de empregos, indo na contramão daquilo que as nações buscam em Copenhagen, conciliar a Produção com um Meio Ambiente mais saudável.
Pregou o empenho de 1 Bilhão, reduções ainda mais ousadas e criticou duramente a delegação do Brasil, causando um mal estar e um constrangimento do qual o Brasil não precisava num momento de extrema importância e protagonismo no cenário de relações exteriores, no fim, mais fez barulho do que ajudou o debate.
No entanto foi válido ver, quais são as linhas dos presidenciáveis frente aos paradigmas atuais como o aquecimento global e já sentir qual será o tom da disputa eleitoral de 2010, mas no entanto é de lamentarmos muito que Marina Silva fale deste 1 Bilhão como se ele fosse resolver os problemas climáticos.
Se o problema do clima fosse dinheiro,poderíamos fechar COP 15 com a garantia da sobrevivência humana, mas são atos e não moedas que decidirão futuro das sociedades mundiais, além disso o 1 Bilhão do qual Marina Silva tanto fala,é como se cometêssemos um pecado, fizéssemos a confissão e depois voltássemos pra casa a pecar, é como se fosse comprar um perdão que não está a venda e que pode custar mais caro ainda se acharmos erroneamente mais uma vez, que a discussão ambiental é mais mercadológica do que social.
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