terça-feira, 29 de dezembro de 2009

O que precisava ouvir-se da tribuna do Senado.

"Senhoras e Senhores Senadores, Presidente e demais colegas desta casa, hoje estamos encerrando o ano administrativo com altos e baixos e muitas novas perspectivas que traduzem-se em desafios, pra que o próximo ano seja de fato um ano triunfal.
Agigantaram-se alguns nobres senhores da política nacional, que desde muito tempo, estão no cenário político, vendendo sua influência aos interessados, de maneira bandida, descarada e despudorada, mas que infelizmente tem seu conhecimento longe das pessoas, do povo e do eleitorado, que de maneira ou outra, ainda encontra consolo no artifício democrático, pra não desistir de exercer o direito de voto.
Por falar em democracia, assistimos em Honduras, fatos que não desejamos ao Brasil e nem ao nosso pior inimigo de qualquer que seja a causa, mas também, não estaremos de pé a aplaudir a falsa democracia, onde traveste-se a demagogia de um líder ditatorial em face democrática, onde não existe sequer liberdade de expressão, a exemplo de países alguns que nos avizinham e demonstram este perfil.
A crise financeira também foi grande exemplo do que se deve e do que não se deve fazer na economia, fora uma oportunidade ímpar de aprendizagem pro Brasil, que por mérito de seu povo, não patinou e não patina, em meio a derrocada financeira Norte Americana, que viu toda sua esperança depositada num homem, que fora eleito Presidente concentrando a idealização de salvador da pátria, mas que infelizmente fora uma doce decepção.
Pro ano que se aproxima, o Brasil terá a grande possibilidade de crescer a grandes montas, na faixa de 5 á 5,5% do PIB mas não se deve deixar de lado a vigilância que nos auxiliou a contornar a crise e botar freio nos gastos de custeio e manutenção da máquina pública, de modo a garantir que não faremos o jogo do casino econômico, que levou as potências a falência, neste período caótico da economia global.
Devemos ainda, aproveitar a calmaria financeira do próximo ano, onde como disseram especialistas, a eleição presidencial não afetará o mercado de valores, pra pensar estratégias sólidas e contundentes, que sustentem o crescimento econômico a longo prazo, sem tirar o pé do freio que tem segurado competentemente a inflação desde 1994, bem como jamais deixar de atentar que a riqueza gerada pelo país e logo por todos os entes federados, nosso povo, deve ser por ele repartido e por estes utilizados, de maneira igualitária, justa e soberana como temos visto acontecer, muito embora ainda aquém do esperado.
Ainda é preciso, na crista da onda do crescimento, não perder a conexão com a realidade e atentar para o saldo comercial da nossa balança e já articular medidas arrecadatórias pelo fato de que no ano que vem, provaremos forte diminuição do nosso superávit e é exatamente aí que uma boa gestão do custeio da máquina, nos permitirá fechar o ano em saldo positivo, sem provar de um amargo déficit no último ano de um Governo que se encerra, depois de 8 anos a frente do nosso país.
Na questão eleitoral também há de se fazer juízo, dos motes políticos que serão apresentados ao país, pelo candidato do Governo e da oposição, e este juízo será importante pra que diferentemente do que fez os Estados Unidos, não elejamos uma figura apenas, pois devemos e precisamos, eleger um Presidente que seja não só uma figura, mas que seja de fato, gestor de seus atos, fiador de suas propostas e realizador dos seus anseios pra além da vitória das urnas, é preciso ter os pés no chão, o que está em jogo é sem nenhuma sombra de exagero o futuro do nosso país e cada um de nós.
O ano da eleição será o ano do emprego e dos dados econômicos otimistas e é em vista disso, que devemos pautar nossas escolhas, porque quando nos referimos ao futuro que está em jogo, estamos tratando do emprego, da renda e da vida de cada um dos 190 milhões de brasileiros.
O Pré-Sal estará em jogo, a Petrobrás também e as demais empresas do Brasil e do seu povo, que deverão ser preservadas, tanto de quem as querem entregar aos interesses político-econômicos dos especuladores internacionais, como daqueles que querem lotear políticamente os patrimônios públicos, com benesses políticas a partidos tais, onde o pragmatismo é palavra do dia.
O nosso Congresso, deverá ser sábio, mais sábio do que nunca antes, porque ao adentrar o próximo ano, a matéria de primeira ordem é definir o regime de extração e divisão do Pré-Sal, se será a partilha, proposta pelo governo, ou se será a concessão, proposta pela oposição, sobretudo tendo a sensibilidade de saber que a ideologização de assunto desta importância, minará qualquer possibilidade de acerto futuro, no que diz respeito ao modo mais justo de distribuir as riquezas provenientes dessa grandeza natural que está abaixo dos pés dos trabalhadores e das famílias carentes do Brasil.
Sabedoria mesma, que todos os novos Governadores eleitos e também os reeleitos, bem como o novo Presidente, precisarão pra mudar a dinâmica do trato ambiental, que começou a recobrar em castigo, as capitais e as regiões que incorrem ou já incorreram em grande extração e utilização dos recursos naturais, a exemplo da ipermeabilização limite a que o solo da capital paulista chegou, sofrendo agora com enchentes cruéis e devastadoras, não diferente o desmatamento da região Amazônica, gerou uma inversão dos fluxos e regimes de chuva e o Nordeste que sofria a falta d'água, hoje sofre também com alagamentos colossais e o Sul que dependia das chuvas pra tocar a produtividade dos plantios lá existentes, se viu no maior prejuízo das últimas décadas, onde a produção secou bruscamente, sem que se pudesse traçar alternativas rápidas.
Pergunto-me ainda, até quando, o Brasil poderá e deverá, manter a sua economia, o emprego dos brasileiros e sua renda, apoiados na indústria automobilística, de eletrodomésticos e eletroeletrônicos, uma vez que nossas estradas, ruas e avenidas já não mais comportam tantos veículos, sem contar os automóveis usados, que estão estancados nos pátios das revendedoras espalhadas pelo país.
Esta mesma dúvida, se estende aos eletrodomésticos e eletroeletônicos, uma vez que de maneira geral, não temos uma destinação correta do lixo e muito menos do lixo eletrônico, que conforme pesquisa da USP, já corresponde a 30% do total de lixo urbano produzido numa cidade como São Paulo, até quando poderemos comprar os novos e descartar os velhos sem sentir o problema do lixo á porta de nossas casas?
Até quando poderemos vender carros e bater record de produção e vendas, num país onde não há mais vias para tanto?
Até quando poderemos construir ruas e rodovias, quando o solo já reluta contra a ipermeabilização contínua?
São perguntas que terão de ser respondidas pelos tempos e pelos gestores vindouros deste chamado "novo momento", pro Brasil e pros brasileiros.
Que seja 2010, portanto, um ano de respostas pra compensar um ano de perguntas, como foi 2009, que iniciou-se com as incertezas do futuro, mas que se encerra com pareceres desafiadores, que caberão á nossa competência, e unicamente a nossa competência, saciar ou não essa grande ânsia reformista que as diversas áreas do país nos pedem."

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