sexta-feira, 31 de julho de 2009

São Paulo e Sua História. Por João Eduardo Pantarotte

:: As Antigas Lojas de São Paulo ::


Pensando nisso, me lembrei do meu tempo de jovem. Tempo em que andava pela cidade diária e intensivamente exercendo minha profissão de Boy. Lembrei-me das lojas que havia naquele tempo: algumas ainda existem e outras existiram até pouco tempo atrás, porém outras repousam na lembrança dos mais antigos, como eu.

As Lojas Americanas e Casas Pernambucanas, por exemplo, que ainda hoje estão em processo de expansão, já naquele tempo eram tradicionalíssimas. Foram diversas as vezes em que me pediram para comprar algo que poderia ser encontrado apenas nas Americanas da Rua Direita.

Ali mesmo na Direita, quase esquina com Quintino Bocaiúva, havia uma loja de nome "Loja de Ceilão", onde eu, em 55 ou 56, comprava papel de seda pra fazer balões. A loja não vendia a granel, e eu comprava no mínimo cem folhas pagando menos da metade do preço que nas lojinhas do meu bairro.

Exatamente na esquina da Direita com a Quintino (no prédio da Rádio Record) havia a Casa Bevilaqua (que vendia instrumentos musicais). Havia também a Irmãos Vitali e a Casa Manon. As lojas Assunção, que vendiam eletrodomésticos e discos, patrocinavam um programa de rádio diário, de nome Parada de Sucessos, que ia ao ar ao meio-dia.

Como se esquecer das Casas Pirani, principalmente a da Celso Garcia, onde comprei o primeiro televisor que tivemos em casa (ainda solteiro). Era uma Telefunken de 20 polegadas, que nunca conseguiu mostrar uma imagem sequer com boa qualidade. Ou da Ultralar, onde comprei minha primeira geladeira depois de casado. Era uma Gelomatic.

Na A Exposição, da Rangel Pestana, pertinho da Elétroradiobras, comprei muitos ternos, gravatas e camisas.

Havia outras lojas muito maiores, cujos produtos vendidos não eram pra qualquer um, como, Mercantil Suíça, Cássio Muniz, Almeida Land, Três Leões etc. Confesso que duas delas eram minhas favoritas, a Jodora, que vendia Lambretas, e Serva Ribeiro, que vendia DKV Vemag. Quantas vezes fiquei namorando um Belcar na loja da Rio Branco.

Tínhamos também a Mesbla, que sempre foi considerada loja para gente com melhor poder aquisitivo, mas já no fim de sua sobrevivência concorria com o Mappin.

Quando o fusca apareceu e se propagou por aqui, quem não teve um deles com o logotipo da Bruno Tress, Cibramar ou Brasilwagem? Essas marcas foram pioneiras no assunto Volkswagen.

Na década de sessenta, comprei um Chevrolet 1940 que tinha uma placa metálica no painel de instrumentos, que informava que o veículo havia sido vendido pela Cássio Muniz.

Até para se comprar remédios havia lugares tradicionais, como a Botica Ao Veado d’Ouro, da Rua São Bento, e a Drogasil. Recordo-me que, com doze anos de idade, pegava o ônibus em São Miguel e ia comprar leite em pó Nestogeno na Drogasil da Penha, para um irmão recém-nascido.

Sei que devo ter me esquecido de muitas lojas, porém essas foram as que mais marcaram minha passagem pela nossa querida cidade de São Paulo.

e-mail do autor: pantarotte@hotmail.com

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