quarta-feira, 15 de julho de 2009

Navegando em Pensamentos.

Em uma noite gelada, alguém que se encontrava um pouco aflito resolveu desligar um pouco a televisão e pensar mais uma vez em tudo aquilo que refletira enquanto voltava pra casa a pé no dia anterior.
Herbert não tinha muito tempo livre em sua vida e mais do que nunca precisava saber usar o que tinha,naquela semana de frio ele teve que sair três dias mais cedo do serviço, uma gripe terrível o pegou e a friagem da rua o consumia, o jeito era ir pra casa.
Ele era novo ainda e preferiu priorizar a compra do seu tão sonhado apartamento, tão logo não tinha carro e detestava transporte coletivo,resumindo, foi pra casa a pé tomando aquele vento gelado no rosto. O caminho que era um pouco extenso,mas ficou curto quando Herbert resolveu colocar as ideías no lugar e tentar entender a lógica de tudo o que vinha fazendo nos últimos tempos.
Antes de pensar em qualquer coisa já descartou o primeiro item, que além de consumir muito tempo das suas reflexões nunca o levava a nada,ele já havia falado, pensado e escrito sobre o amor porém, ele não veio.
Dinheiro era o segundo item com o qual ele graças ao bom Deus não precisava se preocupar, no momento, as contas estavam ajustadas ao seu salário.
O trabalho, depois que foi promovido parece que nem a cama o queria mais, dormir ficou difícil e ele vivia 24 horas por dia tentando dar solução nos problemas que apareciam,o maior deles: ele não conseguia fazer as coisas dentro do prazo estipulado,estourava a data,tinha problemas e o pior de todos, tinha entrado pro conselho gestor da empresa mas havia um detalhe,ele não tinha tempo para tal compromisso.
Agora vinha o futuro. Mas e aí? Mudar de emprego, continuar na mesma, enxugar as tarefas, pedir férias, pedir demissão,fugir , sumir do mapa, pegar a estrada sem rumo ou apertar o "reset", o que fazer? Nem Herbert sabia,infelizmente.
Os amigos Herbert sabia que eram a coisa até então mais sólida que tinha, era o iceberg onde poderia se segurar no caso de naufrágio em alto mar,isso o aliviava um pouco.
Nesse profundo mergulho em pensamentos Hebert havia diminuido o passo e viu o sol começando a se recolher, olhou o relógio e viu que precisava andar um pouco mais rápido, ele já sentia a garganta reclamar do vento gelado.
Ele apertou o passo, ajustou o casaco,pausou os pensamentos e foi caminhando sem olhar pra trás, apenas observando a paisagem e o movimento dos carros,das pessoas, percebeu então que mais uma vez refletiu inconclusivamente e que a única coisa que ele precisava era guiar-se em meio a esse momento sem jogar a toalha, ele sabia que o sofrimento era certo mas tinha causa nobre,crescer e vencer não é fácil, porém sabia em contraponto, que a dor seria opicional em qualquer que fosse a circunstância em que vivesse.
Resolveu então deixar que a rua cuidasse dos problemas que o vento soprasse e que a mão do destino o guiasse aos próximos capitulos da vida com o mesmo silêncio e isenção que as aguas são naturalmente guiadas pelo curso de um rio...

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