quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

É a economia, "estúpido"!

Economia, algo vital pra regulação do mercado, seus estudos aplicados e suas projeções vitais no que dizem respeito ao desempenho de instituições e organizações públicas ou privadas de qualquer que seja o ramo.
Este espaço hoje, visará mostrar alguns aspectos econômicos comparativos entre o estado de São Paulo e o Brasil, como maneira de expor ao leitor, que na opinião deste Blog, a economia paulista, tem vivido como um trem desgovernado e que não há regulação e nem sequer estratégias econômicas para certas fragilidades do mercado estadual.
São Paulo, o maior e mais forte estado brasileiro, detém sozinho 30% do PIB nacional em média, a maior massa trabalhadora formalmente empregada, o maior centro financeiro do Brasil e é portanto o termômetro da economia nacional, dependendo não só dos aspectos macroeconômicos ditados pelo Governo Federal mas principalmente pela microeconomia desenvolvida no âmbito do Governo do Estado.
Comecemos então pela participação que São Paulo tem no PIB nacional, dados comparativos levantados pelo IBGE em Novembro de 2009, mostram que o Sudeste manteve a dianteira na concentração das maiores participações estaduais no PIB Nacional, porém, aponta uma queda considerável, na fatia pertencente ao Estado de São Paulo, que em 1995 detinha de 37,3% do PIB nacional e em 2007, atingiu sua pior marca, com 33,9% do PIB nacional.
Além deste ponto, a queda do produto interno bruto paulista, não se deu apenas no âmbito global do crescimento brasileiro, São Paulo também acumulou perdas individuais consideráveis em setores estratégicos para o desenvolvimento do estado e a geração de emprego e renda.
Nos setores em que São Paulo teve queda individual, o que mais sofreu foi a Indústria, que amargou uma queda de 9,1% na participação do PIB nacional, em segundo e terceiro lugar, ficaram respectivamente o setor de serviços e do agro-negócio, com uma queda de aproximadamente 1,5% na participação dos dois setores no fechamento do PIB nacional.
Enquanto São Paulo regredia não só em números, mas numa retração econômica visível no dia-a-dia do maior estado da nação, o Rio de Janeiro acumulava apenas uma oscilação negativa de 0,7% na participação do PIB nacional, já o estado de Minas Gerais e Espírito Santo, avançavam na fatia de participação individual, acumulando cada um, uma oscilação positiva de 0,4% e 0,3% respectivamente, isso numa comparação inter-regional, pois comparado ao avanço do Estado de Pernambuco em termos de participação no PIB nacional, São Paulo se vê em uma estagnação cruel de suas atividades econômicas.
No quisito emprego, São Paulo também deu um show de irresponsabilidade no desempenho nacional da manutenção dos postos de trabalho, no período em que o país aplicava políticas econômicas anti-cíclicas como instrumento para driblar os efeitos nocivos da frenese capitalista global.
Segundo os dados do Cajed no mês de Novembro, o estado brasileiro que registrou o maior número de postos de trabalho fechados durante a crise financeira, foi São Paulo, com um registro bruto de mais de 100 mil postos de trabalho que foram extintos nos diversos setores da economia paulista.
Em termos comparativos, a soma de todos os postos de trabalho fechados no pólo de Camaçari na Bahia e na Zona Franca de Manaus, no estado do Amazonas durante o período da crise, não somam o mesmo montante de perdas registradas somente em São Paulo.
Como consequência, todos os setores sofreram, pois o estado de São Paulo remava rumo ao abismo da crise e o Brasil guinava contra a correnteza, enquanto o Governo Federal estimulava o consumo com a ampliação do crédito.
A indústria paulista perdia capacidade de produção e ocasionava um superconsumo versus uma subprodução que em virtude de ter perdido postos de trabalho indiscriminadamente num momento em que as lojas de varejo batiam record de vendas, mas sofriam com a ausência de estoque uma vez que estava-se produzindo menos.
O comércio, por sua vez, vendeu menos não por falta de demanda, mas por falta de atendimento desta demanda, teve de fechar alguns postos de trabalho, ao mesmo tempo em que o Governo de São Paulo resolveu cobrar ICMS de micro-empresas que haviam sido isentadas deste tributo em 2005 e reajustar alíquota do mesmo para todos os setores operantes no estado em 25%.
Não por responsabilidade ou por cuidado do Governo Paulista, o brasileiro teve o Natal mais gordo dos últimos 80 anos e não sentiu a irresponsabilidade paulista no bolso e nem na mesa.
Passado 2009, esperava-se portanto que a economia paulista voltasse ao menos a manter seus índices, mas no entanto hoje, o Jornal Metro trouxe pesquisa do Ipea - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, apontando que o estado de São Paulo puxou a inflação nacional e brutalizou a inflação local, penalizando o cidadão no momento das compras no supermercado, quando os produtos alimentícios e a cesta básica ficarão mais caros.
Por estes fatos, não precisa ser economista pra saber que a economia paulista sofre de um descalabro do atual Governo do Estado, de uma estagnação natural e temporal e de uma irresponsabilidade crônica de quem a guia.
Por tudo isso, percebamos mais como andam os números e como isso afeta as nossas vidas, porque tudo isso que foi dito, é a economia, "estúpido"!

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Eu quero morar, na propagando do Governo Paulista, lé é tudo maravilha....

São Paulo, metrópole, até então conhecido como estado "locomotiva" do Brasil, a força motriz do país e o lugar onde tem emprego, tem renda e melhores condições de vida.
Essa São Paulo, infelizmente, não existe mais.
Apesar de paulista, tenho não só a sensação, mas a quase convicção de que nosso estado perdeu o bonde da história, mas não por conta de seu povo somente, mas por uma das consequências de como pensou este povo nos últimos 20 anos, ao elegerem quem elegeram, pra Governar os rumos do estado.
São Paulo deixou de ser um polo disseminador de profissionais pra ser o estado da propaganda, deixou de ser o estado da produção de fato e passou a ser o estado da réplica, do copiar, abanonou o estilo pioneiro e formalista e passou a viver no faz de conta.
Atualmente, a parceria Demo/Tucana instalada entre o Prefeito da Capital, Gilberto Kassab, ou Aquassab pra quem mora na capital, e o Governador[?] José Serra, conduziu a cidade e o estado a um estado de caos, total e irrestrito, que se perpetua e se reafirma a cada nova chuva e incontrolavelmente em todas as regiões do estado.
Em levantamento recente, feito pelo PT Paulista, enquanto o Governo Federal, que comanda um país de dimensão continental, gastou 400 milhões em publicidade pra todo o território nacional, José Serra, empenhou somente pras propagandas de São Paulo, 500 milhões de reais no ano de 2009.
Não ironicamente, exibiu-se propagandas da Sabesp no Acre, na Paraíba e alardeou-se as Obras do Rodoanel, lá na Bahia.
Bahia aliás, que recentemente foi brindada no YouTube, com um hit até gostoso de se ouvir, entitulado:
"Quero morar na propaganda do Governo da Bahia, lá é tudo maravilha", daí o nome deste post, São Paulo merecia e merece este hit, sem dúvida, mais do que o Estado da Bahia.
No dia 31 de Dezembro de 2009, praticamente todos os comerciais do dia, eram do Governo de São Paulo, tratando sobre feitos ambientais[?] da atual gestão.
Na propaganda: "Projeto Água Limpa", "Criança Ecológica", "Despoluição de Córregos", "Obras viárias com tecnologia  Ambiental de ponta" e outros.
Na realidade: Falta de esgotamento sanitário comprometendo córregos e afluentes de rios maiores, ausência de política de educação ambiental no estado, investimentos blionárioss na despoluição do Rio Tietê desde 1992, sem nenhum resultado concreto, Obras do Rodoanel devastando os fragmentos de mata atlântica no estado e impermeabilização de uma área equivalente á 19 campos de futebol na Marginal Tietê, com as obras da "nova marginal, resultando em transboramento do Tietê toda vez que chove, depois de 5 anos sem que o mesmo rio transbordasse.
Na propaganda: "Bônus pra professor, dobrando em até 4 vezes seu salário", "Ampliação das Etec's e Fatec's", "Programa Aprendiz Paulista" e outros.
Na realidade: Greves rotineiras da classe docente por conta do autoritarismo do Governo para com eles, Inauguração de Etec's e Fatec's sem o mínimo de infra-estrutura para as aulas e garantia da qualidade do ensino e um programa de estágio que não funciona e não empregou nenhum estudante desde seu lançamento em Agosto de 2009.
São muitas coisas, muitos e muitos fatos, muitos e muitos desenganos, inverdades, factóides, mentiras, invencionices, além de um imenso e descarado faz de conta com dinheiro público, via televisão.
Como se não bastasse, em discurso o Governador[?] José Serra, disse que tucano tem a virtude de esconder o Governo e ser avesso a propaganda, imaginem pois, se os tucanos gostassem de publicidade, pagariamos o ISPG - Imposto sobre Publicidade Governamental, pra que se pudessem manter investimentos em tanta propaganda.
Pra desmenti-lo, ele mesmo, José Serra, ordenou, porque ele manda e ele ordena, mudar o slogan do Governo e preparar peças publicitárias como num balanço de seus três anos de Governo, antes que ele saia candidato a Presidência, nem quer se promover, pobre garoto.
Atualmente: "Governo de São Paulo - Trabalhando por Você" [faz-me rir]
Pra daqui a pouco: "Governo de São Paulo - Um estado cada vez melhor" [onde? Na propaganda]
Através disso, José Serra disse que iria trabalhar "como nunca", sugerindo em outras palavras caro leitor, que veremos a máquina pública ser usada em benefício dele e de sua candidatura, como jamais se viu em qualquer lugar deste universo.
Mas no entanto meus caros, São Paulo amanheceu hoje debaixo d'água, José Serra não apareceu, se calou, sumiu.
Kassab disse ao povo que não se preocupasse, pois as medidas anti-enchentes estavam surtindo efeito, em tempo, graças a Deus, porque se dando resultado a Capital já está assim, se não surtissem efeitos, talvez até eu, á 40km de lá, já teria me afogado.
E por fim, na realidade o Governo Serra, também sustenta a fantasia da propaganda:
A Secretária de Energia e Saneamento, Dilma Penna, a Dilma do Serra, sumiu e não sabe explicar como sanear a água que inundou São Paulo nesta quinta-feira.
Potanto, estou pensando em me mudar pra propaganda do Governo Paulista, pois lá é tudo maravilha, tão direfente aquilo que vejo no meu dia-a-dia...
Você vem comigo?

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Piñera Presidente do Chile e a Direita na América Latina

Ontem, domingo, dia 17 de Janeiro de 2010, deu-se o resultado do segundo turno das eleições Presidenciais do Chile, infelizmente, nada animador pra democracia e pro sistema eleitoral chileno e menos animador ainda pra América Latina, que sofrerá os impactos do novo Governo do Chile.
Enfrentaram-se nas urnas os candidatos Sebastian Piñera da Coligação Alianza de centro-direita, representante do grupo político que apoiava a Ditadura de Augusto Pinochet, e o candidato Eduardo Frei, ex- Presidente e apoiado pela Presidente Michele Bachelet, pertencentes á Concertácion, que governou o Chile por duas décadas após a queda do Regime Pinochetista.
Piñera venceu Frei com uma diferença de aproximadamente 3 pontos percentuais e reinaugurou a direita chilena, representando e tendo consigo os mais intrínsecos personagens da história obscura do Chile, uma vez que ele próprio e seu irmão, fizeram parte de todo o Governo Pinochet e influenciaram todos os processos sucessórios do Chile, desde a queda do Ditador em 1990.
Depois de inúmeras tentativas, Piñera conseguiu se eleger Presidente, satisfazendo a sua quase gana, sua letal obsessão pela Presidência e emitindo do Chile um aviso tendencial que preocupa a América Latina e já aponta com um estremecimento do Mercosul, como um dos principais efeitos colaterais de seu Governo, além de um alinhamento insano e irrestrito aos Estados Unidos, podendo debilitar a democracia dos páises do Sul e comprometer o desenvolvimento de potências emergentes como o próprio Brasil por influência dos Norte Americanos.
Esta tese, não está amparada em nenhuma sensação de perseguição, rebeldia ou conspiração por parte dos Norte-Americanos, muito pelo contrário, ela se fundamenta na história já vivida pelos países Latinos, em que na maioria das vezes, este foram boicotados pelos interesses vis do capitalismo Norte-Americano, através de países que lhes ofereciam alinhamento e fidelidade total, a ponto de servirem como instrumento de destruição daqueles que se levantavam e passavam a oferecer riscos econômicos e de outros aspectos, ao dominio dos E.U.A. em relação aos países mais pobres.
Exemplos históricos não faltam, para lamentar que o Chile tenha escolhido um Presidente que abrirá as portas da América do Sul para os interesses dos E.U.A, fazendo inclusive o manejo econômico entreguista que tanto interessa e seduz os interesses da hegemônica potência.
Um exemplo deles foi a grande Guerra do Paraguai, provando que o Chile assinou sem ler uma possibilidade de "sabotagem" intercontinental contra si e contra companheiros importantes como o Brasil.
Na Guerra do Paraguai, o Brasil que tinha um governo alinhado com as políticas liberais dos E.U.A. juntamente com outros países latinos também aliados, financiaram uma ofensiva militar sobre o país, de modo a destruir sua tendência industrial, não permitindo que o Paraguai se consolidasse como potência exportadora na América do Sul, beneficiando os interesses da potência.
A tendência maldita que Piñera desenha ao vencer no Chile é esta, a tendência da servidão a interesses obscuros, como a Colômbia do Presidente Uribe, alinhadíssimo aos E.U.A, tem feito.
O temor que Piñera traz, se estende também as próximas eleições nos países sulamericanos, pois uma vez que sigam este mesmo rumo e revertam o cenário hoje majoritáriamente de esquerda da América Latina, a exemplo de Lula no Brasil, Cristina na Argentina, Tabaré/Mujica no Uruguai, Hugo Chavez na Venezuela, Evo Morales na Bolívia e Rafael Correa no Equador a uma tendência de Presidentes direitistas e alinhados aos Norte-Americanos, promovendo assim, o desmonte da economia mais justa que tem sido promovida nos países do nosso continente pela esquerda de Lula e Chavez, além do entreguismo das propriedades públicas de seus respectivos países a interesses escusos da potência, sem levar em consideração que as pessoas nada tem a ver com o favorecimento geopolítico de qualquer que seja o país ou grupo de pessoas.
Minha tese pessoal no entanto, é de que o país que pode frear esta tendência obscura é o Brasil, elegendo Dilma como Presidente, de modo a garantir que a não vitória de José Serra, alinhado com os E.U.A., defensor da economia neoliberal e das privatizações, nos previna de perder as riquezas do Brasil para interesses especulativos dos estrangeiros e possa estancar uma possível direitização da América Latina para garantir que a estabilidade dos países aqui citados, se dê também com soberania e justiça social a rigor do que tem sido feito por Lula no Brasil.
Caso contrário, é difícil admitir, que numa possível direitização da América do Sul, nossa última esperança seria apenas e exclusivamente, o ousado presidente da Venezuela, Hugo Chavez, que não teve e não tem medo de enfrentar os E.U.A. e o próprio Barack Obama.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Serra que se cuide, porque Dilma vem aí...

A uma distância de apenas 9 meses do dia da eleição Presidencial e de meros 5 meses para a famosa campanha eleitoral, nas ruas, na TV, no rádio e o mais importante: nos Estados.
É exatamente deste grande desafio dos Presidenciáveis em especial que a mídia tem retirado as últimas notícias quando da cobertura do período pré-eleitoral em que nos encontramos.
Os partidos, cada um com seu cronograma, entraram 2010 com a data de suas convenções partidárias, onde escolherão seus candidatos a cargos eletivos, como data limite para negociação e desamarração de nós e fechamento de evetuais apoios estaduais, o que chamamos de "palanque".
Com vistas nisso, é importante fazermos uma radiografia a grosso modo, das possíveis alianças nos estados brasileiros.
Começando pelo Sul do país, José Serra, candidato do PSDB começa com dificuldades no Rio Grande do Sul, onde seu palanque é a Governadora Yeda Crusius que além de mal nas pesquisas, terá de responder por todos os escândalos de sua gestão, constrangendo o hoje líder nas pesquisas pra Presidente em seu estado, José Serra.
No mesmo Rio Grande do Sul, a candidata do PT e do Presidente Lula, Dilma Rousseff enfrenta uma situação mais confortável, porém que exigirá dela muito "suor,sapato e saliva", Dilma terá como palanque o atual Ministro da Justiça, Tarso Genro do PT, como candidato ao Governo do estado, podendo lhe oferecer palanque sólido e com grandes possibilidades de faze-la crescer em intenção de votos, no estado onde Dilma construiu vida politica, isso porque Tarso é líder nas pesquisas, empatado com o também candidato do PMDB, José Fogaça, que se aliançado com o PT também estará com Dilma, dando-lhe grande oportunidade de reverter as atuais pesquisas que dão vantagem á Serra no Rio Grande do Sul.
Em Santa Catarina, as notícias também não são boas para José Serra, no estado o candidato do PSDB ao Governo do estado, Leonel Pavan, que oferecerá seu palanque a Serra, está atolado em denúncias que o ligam diretamente a um cartel do tráfico internacional de drogas, não diferente, Serra lidera no estado mas pode se constranger por conta de seu companheiro de palanque.
Lá, Dilma Rousseff terá como palanque a candidata do PT, Senadora Ideli Salvatti que aparece em terceiro lugar nas pesquisas e que se mostrou fiel defensora do Goveno durante a turbulência de 2005 no Governo Lula, e também o palanque da Deputada Federal, Angela Amin do Partido Progressista, que assim como seu partido estarão com Dilma, hoje Angela lidera as pesquisas pro Governo e pode junto com Ideli, conceder a Dilma possibilidade de também crescer e vencer Serra no estado.
No Paraná as coisas são mais imprevisíveis, uma vez que o PSDB ainda não se decidiu quanto ao palanque tucano á José Serra, os tucanos paranaenses estão entre o Senador Alvaro Dias ou o Prefeito Curitibano, Beto Richa, desta forma, a disputa pelo Governo Paranaense parece prometer, pois com o Governador Requião candidato ao Senado apoiando Dilma e Osmar Dias, hoje favorito nas pesquisas, dando palanque á Dilma, pode conceder a ela vitória sobre José Serra, porém, Beto Richa é forte e pode beneficiar José Serra de acordo com o tom de sua campanha.
Em suma, no Sul, Serra pode se dar mal, Dilma pode sair com a melhor e Marina Silva ainda não se articulou.
No Sudeste as coisas são mais heterogêneas, São Paulo, ninho tucano de outros carnavais e desde sempre, muito provavelmente dará a José Serra maior quantia de votos do que á Dilma, oferecendo ainda á Marina Silva uma parcela menos substancial de votos.
José Serra pode ficar ainda mais forte em São Paulo, caso tenha em seu palanque como candidato ao Governo, o já famoso ex-governador, Geraldo Alckmin ou do contrário terá de batalhar mais e correr inclusive o risco de perder o Governo Paulista, se escolher o Sec. da Casa Civil, Aloysio Nunes como candidato ao Governo, inexpressivo eleitoralmente porém com apoio do PMDB de Quércia e DEM de Kassab, coisa que Alckmin não tem mas contrapõe com seus mais de 50% nas pesquisas.
Dilma Rousseff ainda não tem definição de quem lhe dará palanque e não pode esperar eleger Governador em São Paulo, o mais aconselhável pra ela é rodar o estado com o Senador Mercadante, candidato a reeleição e líder nas pesquisas pro Senado, na tentativa de aproximar-se de José Serra na quantidade de votos, já que o PT ou o PSB podem ter candidatos estreantes na disputa pelo Governo paulista e terão de buscar uma possível vitória de acordo com o adversário tucano.
Neste estado, Marina Silva terá o ex-deputado, Fábio Feldman como candidato ao Governo, socialite e ex-tucano, será um palanque irrisório.
Em Minas Gerais o assunto é complexo, lá Serra terá o palanque de Anastasia, vice Governador atualmente, mas que patina nas pesquisas com índices de 10% porém que pode crescer com o apoio do Governador e candidato ao Senado, Aécio Neves, Aécio que por sinal pode fazer seu sucessor e alimentar em Minas a derrota de José Serra, pedindo votos para o tucano só onde lhe for conveniente, abrindo caminho para que Dilma vença José Serra em Minas e compense a margem de derrota em São Paulo, podendo estar ela nos palanques de Hélio Costa do PMDB ou de um dos dois petistas no páreo interno do PT, Patrus Ananias e Fernando Pimentel.
Lá, Marina pode ter algum candidato de perfil parecido com o de seu candidato em São Paulo para lhe dar palanque, mais uma vez, a votação será irrisória.
No Rio de Janeiro do Governador Sérgio Cabral do PMDB, Dilma terá dois palanques garantidos, sendo o de Cabral e o de Garotonho,além da vantagem de já liderar as pesquisas no Rio e estar sempre presente nas ações conjuntas do Governo Cabral com o Governo Lula.
Já Gabeira, o candidato do Partido Verde fará uma campanha ambigua, em que Marina e Serra dividirão seu palanque, esta possibilidade porém já gerou efeitos colaterais na aliança do PV com o PSOL em torno de Marina Silva, uma vez que a aliança Verde-Tucana no Rio afasta a possibilidade de apoio do PSOL ao PV de Marina e dá a campanha da Senadora Acreana o tom de "candidatura auxiliar ao projeto de José Serra", confundindo o eleitor.
No entanto, além do Acre, Marina deve obter uma considerável quantia de votos no Rio, mas nada capaz de abalar o favoritismo absoluto da Ministra Dilma no estado, bem como José Serra, que não deve vencer Dilma em território carioca.
Por curiosidade, se Dilma perder no Sul, mas ganhar no Rio, a balança de votos ficará equilibrada uma vez que uma vitória no Rio cobre uma eventual derrota no Sul do país.
No Espírito Santo a tucana recém chegada mas próxima de Serra desde quando foi sua candidata a vice na chapa do tucano á Presidência em 2002, Rita Camata poderá ser o palanque de Serra no estado, mas por outro lado a aliança do PMDB do Governador Paulo Hartung com o PT de Dilma e João Coser, podem oferecer a candidata de Lula e do PT ampla vantagem sobre José Serra, já que Hartung faz um bom Governo e apoiará seu atual vice, Ricardo Ferraço pro Governo, dando palanque á Dilma, isso se a petista não arrematar mais dois palanques no estado fora o do PMDB: Renato Casagrande, candidato do PSB e um possível outro nome do PTB que fará parte da colição de Dilma.
Por fim, o Sudeste pode também não dizer sim a José Serra, somente São Paulo seguirá firme com o tucano, ao menos no 1º Turno.
No Centro-Oeste a disputa deve ser equilibrada entre Dilma e Serra, já que na terra do Agronegócio, Marina não terá vez.
No Nordeste Dilma vencerá com folga mas em especial citarei a Bahia,porta de entrada do Nordeste e que poderá dar vitória esmagadora á Dilma, uma vez que o palanque de José Serra será o ex-governador e herdeiro dos tempos de ACM e do denominado "carlismo", Paulo Souto e os de Dilma, que são dois, Wagner do PT candidato á reeleição e Geddel do PMDB, que tem grande afinidade e quer o apoio de Dilma e Lula.
Marina dificilmente terá espaço entre Dilma e Serra na Bahia por questões óbvias.
No norte a situação não é diferente e Dilma deve vencer com folga também, já que assim como no Nordeste, Lula é extremamente aprovado no Norte e poderá com tranquilidade pedir o voto e o apoio do povo á Dilma.
Enfim, Serra que se cuide, porque Dilma vem aí...

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Um sábio 1º de Janeiro.

Pensei eu que nada escreveria neste dia de pós-festa, depois de um Reveillon irrigado de paz e tranquilidade, ledo engano, as chuvas, desabamentos, deslizamentos, soterramentos e desaparecimento de vítimas e Governadores num ano de eleição me trouxeram ao Blog, após uma conversa com Gabi, uma grande amiga, que me fez perceber que a esperança cegou o brasileiro.
Conversando com ela, comentei minha tristeza em ver este primeiro dia do ano começar assim, com um pesar nacional, instalado na dor de cada família, ao ver o que a chuva causou em diversos estados.
Ponderei que apesar de lamentar as mortes, considero a lição, sou ambientalista, e o recado da chuva é ambiental, as encostas são sempre potenciais riscos pra habitação, haveremos de entender o recado.
Exaltei que é positivo o que se passa agora, por ser ano eleitoral e portanto incluir cada capítulo dessa história, na lista de assuntos a se discutir numa campanha, Gabi se apegou nos bordões: "tudo vai melhorar esse ano", mas sempre coloco, o brasileiro não poderá esperar melhoras se continuar com a preguiça de discutir o Brasil, ela então ponderou "brasileiro é preguiçoso, de fato".
Mas a preguiça é resultado da condição de comodismo, entretanto, num país onde a água carrega nossas casas, onde a terra nos engole e onde o chão desaparece dos nossos pés, o comodismo acaba e aí teremos de escrever o Brasil em folhas limpas, sem medo de tocar nas mazelas e propor reformas setoriais, de maneira a não voltarmos a uma condição de comodismo social que se assemelha ao romantismo social que deteriorou o tecido urbano e habitacional do país, mas que nos voltemos portanto, para uma constituição estrutural responsável, ambientalmente segura.
Gabi então me propôs: "tudo vai melhorar André, é só ter esperança e votar direito também" e eu fui categórico: "não antes de discutir o país Gabi, a esperança também é via segura pra utopia do século passado, que nos conduziu á cegueira social para a qual acordamos hoje" e então fez-se a questão:
O que fazer, menino?
Discutir o Brasil,com a profundidade que a discussão merece. E então fez-se outra:
Discutir quando? Como?
Obrigar que o debate eleitoral não seja superficial, como? Usando as ferramentas de mobilização social, nós somos jovens, devemos oxigenar a política, discutir o Brasil como se pode faze-lo, este ano será o ano da internet e só vencerá o candidato que mostrar através dela, que os jovens puderam discutir e propor reformas ao país, devemos ainda, ignorar a apatia política e vestir a armadura do futuro, pra garantir que o Brasil de amanhã será mais justo do que o Brasil de ontem, mas também que este será mais ambientalmente seguro do que o de hoje.
E então Gabi, culta como sempre foi, ela aliás com quem sempre aprendi muito, reiterou a importância do jovem neste cenário.
E a internet é nossa, de fato ela é.
Citei a ela o maior exemplo de que somos escritores do futuro, através das letras dos nossos teclados, ontem Boris Casoy no Jornal da Bandeirantes, humilhou garis em rede nacional ao pensar que estava fora do ar, o país assistiu a este descalabro desrespeitoso num rompante lamentável do jornalista e como prova de que a internet é instrumento provocador de debates, mobilizadores da sociedade, hoje pelo Twitter houve um protesto que resultou num pedido de desculpas em rede nacional, feito pelo próprio jornalista, provando novamente, que podemos guiar os caminhos e dizer o que queremos pro nosso país, sem medo de dizer quem quer amar o Brasil amanhã.

Em Parceria com Gabi Pasquale (Confessions About Me)